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Pesquisa revela que 82% dos assassinatos de adolescentes ficam impunes


Impunidade e falta de políticas sócio-educacionais e de apoio às famílias das vítimas. Estes são alguns dos principais fatores dos constantes e crescentes assassinatos de adolescentes no Estado do Ceará. Este foi o principal resultado do primeiro trabalho realizado pelo Comitê de Prevenção aos Homicídios de Adolescentes no Estado, realizado pela Assembleia Legislativa do Estado do Ceará e apresentado, nesta quarta-feira (14) à sociedade.

Um dado revelador foi apresentado pelo relator do Comitê, deputado estadual Renato Roseno (PSol). Segundo o parlamentar, de acordo com pesquisa realizada junto ao Tribunal de Justiça do Estado, de 1.524 assassinatos de adolescentes ocorridos nestas cidades entre os anos de 2011 e 2015, 82 por cento deles não saíram da esfera policial, isto é, o inquérito parou sem identificar os assassinos. Uma prova da completa impunidade dos matadores. Apenas 2,8 por cento dos casos o processo chegou à sentença final dos acusados (réus).

Áreas perigosas

Outro dado importante colhido na pesquisa revelou que 44 por cento dos assassinatos de adolescentes em Fortaleza, se concentraram em apenas 17 dos 119 bairros da cidade. Isto significa que, 40 por cento dos assassinatos ocorridos na cidade foram praticados numa área que representa apenas quatro por cento da extensão territorial da Capital. Em outros 33 não ocorreu nenhum crime no período pesquisado (2011-2015). 

A pesquisa identificou, ainda, 52 comunidades que são consideradas áreas de conflito e onde a morte de adolescentes acontece devida, entre outros fatores, a livre circulação de armas de fogo e onde qualquer tipo de conflito é resolvido na violência. “Até simples briga em uma partida de futebol termina na bala”, disse Roseno.

O trabalho durou um ano, e ao final, cerca de três mil pessoas foram pesquisadas, outras 500 entrevistadas e 14 audiências públicas realizadas. O resultado disso foi a identificação de sete Municípios onde os homicídios contra adolescentes registraram os maiores índices no Ceará. São eles: Fortaleza, Caucaia, Maracanaú, Eusébio, Horizonte, Juazeiro do Norte e Sobral.

A pesquisa também revelou que em 76 por cento dos casos de morte de adolescentes havia histórico de violência doméstica e até 60 por cento das vítimas estavam sob ameaças.

Outro dado revelador: 73 por cento dos adolescentes assassinados tinham abandonado a escola em até seis meses antes do crime e 12 por cento deles tinham dívidas de drogas.

Fonte:Blog do Fernando Ribeiro

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