Vinte e três jovens foram detidos na noite deste sábado, 14, pela
Polícia Militar, sob suspeita de praticar um arrastão a lojas do
Internacional Shopping Guarulhos, na Grande São Paulo. Um encontro de
jovens, conhecido como “rolezinho”, havia sido marcado pelo Facebook.
Após um tumulto dentro do shopping, os jovens foram encaminhados para
o 2º DP de Guarulhos. Segundo a Polícia Civil, porém, nenhuma vítima
prestou queixa e nenhum objeto roubado foi encontrado com os suspeitos,
que deveriam ser liberados durante esta madrugada. O caso foi registrado
como perturbação de sossego. Não houve registro de feridos.
Segundo relatos de comerciantes, cerca de 200 jovens começaram a
gritar, empurrar pessoas e entrar nas lojas por volta das 19 horas. “Foi
a maior correria, teve gente pisoteada”, disse Flávio Alves dos Santos,
de 38 anos, gerente de uma loja de departamento. “Vimos um monte de
moleques correndo, gritando, e fechamos a loja”, disse a caixa Fabiana
Paula, de 28 anos.
As lojas ficaram fechadas por pelo menos uma hora e meia. Nenhum
representante do shopping foi localizado para comentar o ocorrido.
Durante a tarde, o
Estado esteve no local e a movimentação era normal, com reforço de policiamento.
No sábado anterior, dia 7, cerca de seis mil jovens se reuniram no
Shopping Metrô Itaquera. Houve tumulto e comerciantes fecharam as lojas
mais cedo. Duas pessoas foram presas por furtos e, nas redes sociais,
pipocaram vídeos da confusão.
Aricanduva. Durante a semana, mais de dez
“rolezinhos” desse tipo foram agendados pela internet para vários outros
centros de compra. Em um encontro neste sábado no Shopping Aricanduva,
não houve confusão. O evento tinha 10 mil confirmações no Facebook, mas o
organizador, Felipe Wilie, de 15 anos, preferiu cancelá-lo. "Se tivesse
outra confusão podia sobrar pra mim”, disse ele, que mesmo assim foi ao
rolezinho, que acabou reunindo 200 pessoas.
Os seguranças impediam aglomerações maiores. “A gente vem para juntar
as quebradas, os amigos, pela aglomeração”, disse Calebe Silva, de 15
anos, que mora no Jardim Iva.
Potencializados pelas redes sociais, encontros de jovens nos
shoppings da periferia têm preocupado comerciantes. A Associação
Brasileira de Lojistas de Shopping pediu ajuda à Secretaria de Segurança
Pública.
Fonte: Estadão
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