Pesquisadores do Clube de Astronomia de Fortaleza (Casf) e do Grupo de Estudo e Pesquisa em Astronomia e Cosmologia (Gepac) do Instituto Federal do Ceará (IFCE) avaliam que fenômeno visto a olho nu, na última segunda-feira (20), por volta das18h30min, em diversos pontos do Ceará, não foi uma chuva de meteoros.
A hipótese defendida por alguns astrônomos - que viram o episódio e avaliaram os vídeos - é que fenômeno trata-se da reintrodução do corpo do foguete Ariane 44L R/B, lançado em 2001, na Terra. Um dos defensores da tese, o professor Dennis Weaver, membro do Casf, informou que é normal que alguns anos após o lançamento – o tempo varia conforme a órbita - ocorra a reintrodução de corpos de foguetes e também de satélites na atmosfera. “Com o passar do tempo, aos poucos, os satélites e outros materiais são atraídos pela Terra e retornam, já que eles têm um tempo de vida útil no espaço”, explicou.
No atrito com atmosfera devido a alta temperatura, 90% destes elementos, segundo o pesquisador, chegam ao solo completamente destruídos, em forma de poeira.
Passagem lenta descartaria possibilidade de meteoro
Neste período do ano, que vai do dia 15 ao 29 deste mês, de fato, a Terra passa próximo aos fragmentos deixados pelo Halley, em 1986, e ocorrem chuvas de meteoros que podem ser visualizadas a olho nu. Porém, no caso do clarão visto, na última segunda-feira, no Ceará, o astrônomo assegura que a passagem foi muito lenta, o que descarta a possibilidade de ter sido a chuva associada ao Halley."A passagem dos meteoros, que são conhecidos popularmente como estrelas cadentes dura entre um segundo ou menos que isso", garantiu.
Ele também defende que estes meteoros podem ser observados com mais facilidade a partir da meia noite e o fenômeno verificado, segunda, ocorreu antes da 19h.
Dennis explicou que diversas instituições e pesquisadores no mundo inteiro acompanham, sobretudo, através de sites, a reintrodução de satélites e partes de foguetes na atmosfera. O fenômeno desta segunda-feira, coincide com as avaliações antecipadas feitas por astrônomos que a parte do foguete Ariane 44L R/B teria desaparecido do monitoramento, o que sinaliza que ele estaria retornando a Terra. As informações que foram observadas no Ceará estão sendo repassadas pelos pesquisadores aos sites de monitoramento, que provavelmente, logo, segundo o astrônomo, irão encaminha-las a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa).
O professor disse ainda que a confirmação sobre essa reintrodução do corpo do foguete deve ocorrer até o fim desta semana. A Nasa pode fazer o comunicado oficial.
Fonte: Diário do Nordeste
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