A ação de facções criminosas na Capital cearense agora se estende com força para os Municípios da sua região metropolitana, onde nas últimas semanas foram registrados episódios de expulsão de moradores de suas casas por bandidos ligados ao tráfico de drogas. Cidades como Pacajus, Horizonte, Caucaia, Pacatuba e Itaitinga se tornaram locais de refúgio para bandidos ameaçados por facções rivais em Fortaleza. Essa migração forçada tem também aumentado os casos de mortes violentas na RMF.
Famílias de comunidades periféricas ou na zona rural dos Municípios metropolitanos revelam que foram expulsas, ou estão ameaçadas, por criminosos. É o caso, por exemplo, de moradores da localidade de Serra da Pelada, na zona rural de Maranguape, onde no começo do ano ocorreu uma chacina ligada à guerra de facções. No bairro Urucará, várias famílias tiveram que deixar seus imóveis. “Quem não é forçado a sair de casa, fica com a obrigação (sob ameaças) de fornecer comida para eles todos os dias”, denunciou uma moradora.
No Planalto Caucaia, no Município do mesmo nome, criminosos estariam invadindo residências, praticando arrastões e forçando os moradores a abandonar seus lares. Isso vem acontecendo com maior freqüência na comunidade conhecida como Beco do Rio, próximo às margens do Rio Ceará.
Em Aquiraz, a onda de expulsão de moradores acontece na estrada do Jucurutu, no Distrito de Machuca, onde um morador acabou sendo morto, há dois meses, por não aceitar entregar sua casa para os criminosos que migraram da Capital para aquela região.
Em Fortaleza, fatos semelhantes têm atormentado moradores de vários bairros da cidade, tais como Bom Jardim, Mucuripe e Jangurussu. Na semana passada, policiais do 12º DP (Conjunto Ceará) prenderam uma quadrilha armada que estava expulsando moradores do bairro Genibaú (nna zona Oeste da cidade) por ordem de traficantes de drogas.
Migração e mortes
Por conta da fuga de criminosos da Capital, os assassinatos se multiplicam na região metropolitana. Prova disso é que, somente entre os dias 1º e 23 de julho em curso, nada menos que 78 pessoas foram assassinadas na RMF, na seguinte ordem de localização por Município: Caucaia (26 homicídios), Maranguape (13), Maracanaú (9), Horizonte (6), Pacajus (5), Itaitinga (3), Aquiraz (3), São Gonçalo do Amarante (3), Chorozinho (3), Eusébio (2), Cascavel (2), Pacatuba (22) e Guaiúba (1).
Com o acirramento da guerra entre as facções na periferia, corpos são deixados mutilados em matagais, terrenos baldios e mesmo em grandes avenidas. Vítimas são seqüestradas passam por torturas e acabam mortas de maneira cruel, sendo decapitadas ou esquartejadas. (Fernando Ribeiro)
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