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Lula e o poste: a história que vai definir a eleição de 2018





A esquerda falastrona de Ciro Gomes (PDT), o centrão fisiológico de Geraldo Alckmin (PSDB) e a direitona dispersa de Jair Bolsonaro (PSL) dependem da definição de uma variável para saber até onde conseguem chegar nas eleições de 2018: o poder de transferência de votos de Lula. Enquanto o mundo político batalha por segundos de horário eleitoral durante a mórbida temporada de convenções partidárias, o PT age silenciosamente e se concentra em azeitar a fábrica de postes do ex-presidente


Números comprovam que a ingenuidade número um da campanha é acreditar que ela não vai funcionar (ou melhor, que já está funcionando) a pleno vapor.


Há semanas, a XP Investimentos, por meio de pesquisas telefônicas do Instituto de Pesquisas Sociais (Ipespe), vêm medindo de maneira simples e direta o real poder de fogo do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, como plano B do PT. As pesquisas apresentam cenários de primeiro turno com Lula, sem candidatos do PT, Haddad e, o pulo do gato, Haddad “apoiado por Lula”.


Na última delas*, divulgada dia 26, Lula lidera com 30% no cenário em que é citado. Haddad tem apenas 2%. Mas pula para 12% apenas com a menção “apoiado por Lula”.


Apesar de ter sido prefeito de São Paulo, Haddad é um ilustre desconhecido do grande eleitorado brasileiro. Se ele sextuplica as intenções de voto só pelo fato de a voz ao telefone mencionar as palavras “indicado por Lula”, é sinal de que a mágica da transferência continua funcionando.


O maior desafio do PT é garantir que o máximo possível de “luz” dos 30% dos votos de Lula cheguem ao poste escolhido. Três objetivos interligados entre si são fundamentais para elevar a taxa de sucesso dessa transferência:


1) Vender pelo maior tempo possível a ideia de que Lula será candidato (e ignorar o fato de que ele está inelegível pela Lei da Ficha Limpa);


2) Ampliar a indignação do eleitor lulista e transformá-la em engajamento;


3) Apresentar o poste como uma solução irremediável.


Repare que essas três metas, relacionadas ao como e quando da estratégia, são muito mais importantes do que o quem. Pelo que mostra a pesquisa encomendada pela XP, a verdade é que tanto faz quem será ungido. Mas até nisso o plano está bem bolado.


Haddad é, dadas as circunstâncias, o poste perfeito. Já foi um poste (só chegou à prefeitura em 2012 pelas mãos de Lula), logo, sabe quase tudo o que cola e o que não cola no jogo da transferência de votos. É um político que não parece político apesar de ser muito político. E, o melhor de tudo, sabe cumprir ordens muito melhor, por exemplo, do que Dilma Rousseff.


Vai dar certo? Difícil acreditar que Haddad será presidente. Mas o retrospecto mostra que menosprezá-lo será o principal erro de todos os adversários.
Metodologia*


A pesquisa foi realizada pelo Ipespe, de 23 a 25 de julho de 2018. Foram ouvidos mil entrevistados pelo telefone. A margem de erro é de 3.2 pontos percentuais e tem um nível estimado de 95,45 % de confiança. O número de registro no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) é BR-07756/2018.














Fonte: GAZETA DO POVO

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