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Com Mantega fora em 2015, governo inicia busca por novo títular da Fazenda

A confirmação de que a cadeira do ministro da Fazenda, Guido Mantega, ficará vaga a partir de 2015 intensificou as especulações para sua substituição. A busca por um nome para preencher o posto teve início há meses, quando Dilma cogitou incluir o auxiliar na última reforma ministerial, mas ganhou novo contorno nas últimas semanas, diante da estratégia desenhada pelo governo de mandar um recado para o mercado de que está disposto a mudar a política econômica num eventual segundo governo.

Com Dilma envolvida na campanha de reeleição, o mapeamento de possíveis nomes para o posto está sendo conduzido com a ajuda do atual titular da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Por enquanto, a lista é encabeçada por nomes como Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo da Fazenda; Otaviano Canuto, consultor do Banco Mundial; além do próprio Mercadante, embora este último com menos intensidade.

 

Agência Brasil
O mais longevo ministro da Fazenda do período democrático, Guido Mantega vai dar tchau ao posto que ocupa em 2015

Sinalizada por Dilma na semana passada, a saída de Mantega foi confirmada pela presidente na última segunda-feira (08), em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Dilma afirmou que foi o próprio ministro que pediu para sair. “O Guido Mantega já me comunicou que ele não terá como ficar no governo no 2º mandato, que por ventura eu tenha. Por questões eminentemente pessoais que peço para vocês respeitarem”, disse Dilma.

Na prática, entretanto, as tensões já se arrastam desde o ano passado. Tido como um dos favoritos para o posto, Nelson Barbosa entrou na lista de opções em parte por ter discordado da condução dada por Mantega na pasta. Essas divergências levaram a sua saída do governo na metade do ano passado. Ele estava no governo desde 2003 e passou por cargos como os de secretário de Acompanhamento Econômico e de Política Econômico. Barbosa conta com a simpatia de Dilma e tem boa relação com a presidente.

Também por uma questão de bom relacionamento, nesse caso não somente no governo, como com o mercado, ganha força o nome de Canuto. Ele tem outro requisito básico para o cargo, mantém boa relação com a própria presidente. Atualmente consultor do Banco Mundial, Canuto também teve seu nome mencionado nas conversas ocorridas no ano passado, quando a presidente se preparava para fazer a reforma ministerial. Canuto tem relação com o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que deixou o governo em 2011 em meio a denúncias sobre suposto enriquecimento ilícito.

 

Agência Brasil
Por divergir das medidas de Mantega, ex-secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, é um dos favoritos ao ocupar o posto

Na temporada de especulações sobre o futuro ministro da Fazenda de Dilma, caso a petista consiga ser reeleita, apareceu também o nome do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Hoje, entretanto, fontes do Planalto afirmam que ele caiu na bolsa de apostas. Pesa contra ele o desgaste natural do posto que ocupa atualmente.

Além disso, a possível escolha de Tombini solucionaria um problema criando outro, já que Dilma teria de escolher outra pessoa para comandar o Banco Central, onde, na visão do Planalto, a situação está atualmente sob controle. Em escala menor, chegou a se falar do nome do ex-presidente do BC Henrique Meirelles, mas, segundo interlocutores, a relação tensa entre ele e a presidente Dilma joga contra a indicação.

Mercadante, por sua vez, tornou-se homem da confiança da presidente nesta segunda metade do mandato da presidente. Tanto é que trocou o ministério da Educação pela Casa Civil, bem próxima à Dilma, para gerenciar os projetos do governo federal de perto enquanto a presidente gasta parte de seu tempo na campanha. Por isso mesmo seu nome também figura no hall de possíveis futuros ministros da Fazenda.

Mas, atualmente, fontes palacianas o veem como uma opção quase descartada. Apesar de já ter sonhado com o posto, em especial no início do primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, hoje o petista prefere mesmo ficar onde está.

Sem indicações

Dilma reforça o argumento de que não pode anunciar eventuais novos ministros agora. “Quem indica ministro antes da hora, acho que dá azar. Dá ultima vez que fizeram isso, sentaram na cadeira e perderam a eleição”, esquivou-se a presidente fazendo referência ao incidente com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando da disputa da prefeitura de São Paulo, em 1985. Enquanto Dilma desconversa, as especulações proliferam sobre o eventual substituto de Mantega.

Quando verbalizou pela primeira vez as previsões de uma troca na Fazenda, durante um corpo a corpo eleitoral em Fortaleza, Dilma deu vazão a algo que já vem sendo conversado internamente. Sua fala no Ceará funcionou como espécie de sinal, a campanha de Dilma concluiu que a presidente precisava dar um sinal claro ao mercado de que está disposta a fazer mudanças na política econômica.

 

Roberto Stuckert Filho/ Presidência da República
Muito próximo de Dilma, Mercadante está cotado para ocupar o lugar de Mantega, mas prefere ficar na Casa Civil num eventual segundo mandato da petista

Entretanto, ao contrário do que já fez, por exemplo, Aécio Neves (PSDB), a presidente não pretende fazer anúncios, mesmo que sejam de caráter tranquilizador para o mercado. Mas apesar do receio em não cometer o erro que FHC cometeu, a ordem é deixar clara a mensagem de que haverá ajustes. O assunto é tabu entre petistas ligados ao Planalto e até em seu comitê eleitoral.

Além de passar a mensagem de que há espaço para diálogo sobre mudanças, governistas dizem que há um entendimento claro da gestão de que a melhor opção é buscar um nome que ajude a tranquilizar o mercado e que carregue consigo o menor grau de desgaste possível. É exatamente sob essa lógica que ganharam força nomes como do ex-secretário-executivo da Fazenda, Nelson Barbosa, e de Otaviano Canuto, que comandou a Secretaria de Assuntos Institucionais durante o governo do ex-presidente Lula.

IG

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