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Cearense vira empresária de sucesso em São Paulo depois de se fantasiar como Mulher-Gato


Sylvia Design grita, pula e mia nas gravações, vencendo como uma das empreendedoras mais irreverentes do varejo de móveis em São Paulo.

Ela ganhou fama vestindo-se de Mulher-Gato e gritando ‘miau’ na TV para liquidar estoques de sofá.

O que poderia ser alvo de piadas teve efeito contrário. Quem diria que a inimiga do super-herói Batman se daria tão bem na vida real.

Josefa Araújo é o que consta em sua identidade. Ela atende, porém, por Sylvia Design, hoje com 41 anos. Deu a própria cara a tapa para fazer do seu empreendimento uma rede de lojas de móveis em São Paulo.

Entre os milhares de clientes, há gente da alta sociedade e artistas. E entre os maiores orgulhos, o de ser cearense, natural do pequeno município de Barro, a 452 quilômetros de Fortaleza.

A menina humilde do interior do Estado, que andava de jegue na infância, subia em árvores para pegar goiaba e tomava banho de rio, se tornou uma empresária do ramo moveleiro que dá autógrafos e tira fotos com celebridade.

“Minha infância foi maravilhosa, mas sempre tive vontade de subir, de vencer na vida para ajudar meus pais. Por eu ser nova, minha mãe nunca deixou”, relembra.

Mas, aos 16 anos, surgiu a oportunidade de ir à São Paulo para ajudar a irmã, que estava grávida e precisava de ajuda com os outros filhos. A viagem do Ceará para a capital paulistana foi longa. Durante três dias e duas noites alimentou-se apenas de frango assado com farinha no ônibus.

Teve de abandonar os estudos, concluindo apenas a 8ª série do Ensino Fundamental. “Sou formada na faculdade da vida”, acrescenta.

Logo que chegou, arrumou o primeiro emprego: o de empacotadora. Largou logo o nome “Josefa”. Ele não serviria para o seu objetivo de vida: brilhar. Resolveu escolher Sylvia. Com “y” para se diferenciar das outras pessoas.

Com a certeza de que precisava ser notada, fazia mais do que esperavam de sua função. Limpava chão e prateleiras, arrumava os plásticos rasgados de bonecas e carrinhos e conferia os pacotes.



Trabalhou em várias lojas, até que, aos 18 anos, viu uma oportunidade de emprego afixada na porta de uma loja de móveis.

A vaga era destinada a pessoas com 35 anos e experiência no ramo moveleiro. “Nada eu vejo com dificuldade.

Com limão, eu gosto de fazer limonada. Mesmo com 18 anos, desafiei o dono da loja e disse que seria a melhor vendedora. Dito e feito: fui contratada”.

Passou 17 anos sendo funcionária de lojas de móveis, subiu para gerente de vendas e conquistou fornecedores, aprendendo a dinâmica do setor. Sylvia Design conseguiu comprar seu primeiro apartamento e depois começou a poupar para algo mais ousado.

Quando juntou R$ 8 mil resolveu abrir o seu próprio negócio. “Vender está no meu sangue. Trabalhei por tanto tempo enriquecendo outras pessoas, que estava na hora de abrir a minha loja”. Ela mesma fez a faxina da loja, colocou placa e iniciou as vendas.

Se queria vender, teria que aparecer, segundo acredita. “Quem não é visto não é lembrado, minha filha”, completa. Surgiu, então, a ideia de mostrar a loja, batizada “Sylvia Design”, na televisão.

Como não tinha dinheiro para fazer inserções suficientes para tornar a empresa conhecida, precisou achar um jeito de se diferenciar. Foi aí que começou a usar fantasias para anunciar seus móveis.

Anunciava preços de sofás, mesas e cadeiras vestida de Emília (do sítio do Pica-Pau Amarelo) e Mulher-Maravilha. Mas foi a Mulher-Gato que fez sucesso. Ela é a grande estrela: grita, pula e ‘mia’ nas gravações.

Vendo o sucesso da empresa, que virou o próprio nome da dona, Sylvia resolveu abrir mais lojas.

Atualmente são seis mega-lojas em São Paulo, com cerca de 350 funcionários, que atendem mais de três mil clientes por mês. Um jogo de sofá ou uma mesa de jantar com seis cadeiras custam em torno de R$ 2.400, por exemplo.

Já uma mesa com quatro cadeiras para varanda é vendida por R$ 1.800.O sucesso da Mulher-Gato foi tão grande, que as propagandas da Sylvia Design foram proibidas em um canal publicitário na capital paulistana. Ela é tão forte que não é permitido mais a fantasia, porque – segundo a cearense – os concorrentes se sentem desnivelados.

Fonte: Tribuna do Ceará

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